domingo, 29 de maio de 2011

rock independente de verdade

Hoje no Tribos Bar, 20h, Jesus & the Groupies, banda formada pelo Luis (sp-Fabulous Gogoboy from Alabama) e Uncle Butcher, um ícone do cenário independente brasileiro... Não dá pra perder, só 12 lascas a entrada, rock de domingo, depois da missa!!!

quinta-feira, 7 de abril de 2011


Seguindo a mesma linha que nosso brother Andye Iore, aderimos à campanha "Rock 'n rio EU VOU, ficar em casa...".Line up ridiculo, musica brega, pop, xarope. E isso não é dor de cotovelo de quem vai não. É ruim mesmo!!!Vai ouvir musica boa, Brian Oblivion, Inimitável, Copacabana Pé Vermelho, Mary Lee & Sideburn brothers... Não à chatice...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ZOMBILLY VIDEOCAST # 04 - Professor Astromar - jul/09



o começo de tudo...

PROFESSOR ASTROMAR ... - "1952"

Prof Astromar e Os Criadores de Lobisomem - Adeus, Trotsky



ISSO É ROQUE!!! É ROQUE SANTEIRO!!!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

É isso aí, nosso amigo Edson Jabiraka avisa que dia 09 de Abril rola uma baita festa pra quem gosta de rock, rods, pin ups e motocicletas! Não perca, a festa vai ser muito bacana!!!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Reel Big Fish - Take On Me

domingo, 7 de novembro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Professor Astromar & os criadores de lobisomem

Ahá!!! Depois de tanto tempo sem postar nada, resolvi num belo domingo a noite dar as caras por aqui. Pois é, e minha banda, minha porra nenhuma, a banda que eu toco, a Professor Astromar & os criadores de lobisomem, gravamos o famigerado cd, disponibilizamos no www.myspace.com, no trama virtual, mas resolvemos que NÃO vamos gravar ele físico. Motivo: boa pergunta... ha ha ha. Mas não vamos! Tivemos tocando em vários lugares, teve até um fim de semana com dois shows, um beneficente com o pessoal do COBRA MOTOCLUBE e Honda Freeway e outro a noite no Tribos Bar. Particularmente, gostei mais de tocar no Tribos a noite, acho que o pessoal que tava la era mais a nossa cara. Foi bacana tocar na Freeway, mas sejamos francos: motociclista, motoqueiros e roqueiros com muita roupa preta e de couro não curte banda com musicas próprias, então, voltamos a fazer shows pra quem curte essa parada. Grana, que é o bacana num rola em nenhum dos dois, então, vamos àqueles que pelo menos não vem depois encher o saco. E vamo que vamo...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O sol já estava a pino, quente, escaldante, e eu lembrando que tinha chorado a noite toda, bebido a noite toda, dirigido a semana inteira exaustivamente... E pior, nem lembrava ao certo porque tinha chorado e bebido tanto. Acho que aquela tequila barata demais me amoleceu o coração, ou foi aquela morena peituda que ficou afagando meus cabelos e me falando besteiras ao ouvido. Certo certo, só sei que tenho uma carga pra entregar exatamente daqui a 12 horas, estou mais que atrasado, não me sobrou nem um centavo no bolso, droga, paguei bebidas a noite toda... Ahhhh, lembrei: fiquei chorando porque justo semana passada foi aniversário da minha vó, ahhh, minha vózinha, caduca tadinha, parece um maracuja de gaveta. Puts, pra piorar, a morena peituda acho que nem era grande coisa, acho que fiquei chorando abraçado nos peitos dela pq ela parecia com minha vó... E eu tava com saudade da minha vó, da casa dela, do café quente com bolachas de pinga, e justo uma piranha velha com a cara da minha vó neste mardito bar... Lembrei porque não me sobrou nenhuma moeda...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009


Oopa opa opa... sábado dia 12/12, no tribos bar, os insofismáveis amigos vão de novo se reunir pra soltar o rock 'n roll... Betty by Alone, Hospital Doors e Professor Asstromar e os Criadores de Lobisomem... a partir das 23h, uma merreca de barato... cerveja gelada, rock paulêra e conversa fiada...

domingo, 20 de setembro de 2009

O rock contra ataca!!!


Ontem foi uma noite bem diferente das que estamos acostumados aqui em Maringá: os roqueiros invadiram o espaço do "lugar comum". Duas bandas, das melhores que temos por aqui, o Betty by Alone e o Tiny Cables Ink, tocaram num lugar inusitado para nós: Aquático's Bar. O show, pra variar, foi dos melhores possíveis, ainda com a discotecagem do Flávio "Sonic Flower" e Gaba mandando bom rock pra quem tava ali pular à vontade. Quer dizer, nem tão à vontade... Percebemos que várias pessoas, prováveis assíduos frequentadores da casa, estavam detestando tudo aquilo, reclamando que aquilo não era oque estavam esperando, reclamando que queriam o pagode de volta... Não sei se a parceria vai durar, duvido pra falar a verdade, mas a atitude já valeu. Quem esses caras são pra achar que podem reduzir o mundo ao mal gosto que têm? Quem são pra barrar a virtuosidade, a criatividade, a produção??? Que fique o recado, viemos pra ficar, viemos pra incomodar, viemos pra fazer oque melhor fazemos: atormentar sua consciência, fazer tua cabeça doer por pensar, te fazer irritar, porque é isso que esse menininhos e menininhas querem: o lugar comum. Se acostumem... ha ha ha

sábado, 12 de setembro de 2009

Festival Rock Independente de Maringá - Rockingá

O Festival Rock Independente de Maringá - Rockingá é um dos eventos que comemora os nossos 18 anos de produção independente maringaense. E também uma maneira de mostrar de maneira organizada o trabalho das atuais bandas para público e a imprensa nacional. É a primeira vez que acontece um festival exclusivamente com bandas independentes locais, sem a farofada de misturar covers, outros gêneros e bandas de fora como acontece em alguns festivais na cidade.

Estas são as bandas que farão barulho no próximo final de semana em Maringá:
BETTY BY ALONE – rock alternativo – a banda tem três CDs lançados e prepara a gravação do quarto disco. Influências de AC/DC com Teenage Fanclub com letras em inglês.
A INIMITAVEL FABRICA DE JIPES – rock´n´roll – banda já lançou dois Cds e prepara o lançamento do primeiro DVD do rock maringaense. Influências de Beatles, The Who com letras em português influenciadas pelos beatniks.
BRIAN OBLIVION & SEUS RAIOS CATÓDICOS – surf music instrumental. Performances divertidas e público cativo. Sem site.
PROFESSOR ASTROMAR & OS CRIADORES DE LOBISOMEM – mistura de punk com rock nacional dos anos 80. Letras em português.
JOSÉ FERREIRA & SEUS AMIGOS – mistura de blues com rockabilly com letras irreverentes em português. A banda acabou de lançar seu primeiro CD.
OS BANDIDOS MOLHADOS – surf music instrumental. Uma das bandas mais novas da cidade e está gravando seu segundo EP.
HOSPITAL DOORS – indie rock dançante com letras em inglês. A banda já lançou dois EPs e prepara o primeiro álbum.
NINA NOBREGA – ela tem só 13 anos, toca violão, piano, bateria e violino e já fez cerca de 50 músicas. Pensou em Mallu Magalhães? Nina é mais sofisticada e não compõe bobagens como “Tchubaruba”.
TINY CABLES INK – indie rock com influencia de Radiohead com letras em inglês.
NOVA – quando o pós-punk encontra a música eletrônica e vira sofisticação com influência de Brian Eno. Letras em português. A banda acabou de lançar seu primeiro disco.



CONVIDADOS:
Adriane Perin - jornalista do jornal O Estado do Paraná (em Curitiba) e organizadora do Festival De Inverno (que está na sétima edição). Site De Inverno.
Pardal Soares - agitador do cenário independente em São Paulo: escreve na revista Dynamite, discoteca em festas, divulga bandas e promove eventos. Sites Noise & Silence e Dynamite.

- os shows serão no Fernandes Bar (av. São Paulo, 425, centro) e a entrada é gratuita.
- cada banda tocará cinco músicas (com exceção do Betty by Alone e A Inimitável Fábrica de Jipes que fecham as duas noites e terão um set um pouco maior). Haverá discotecagem no intervalo dos shows.
- o evento começa cedo e acaba cedo para ter tempo dos convidados poderem conversar com as bandas no bar. No domingo rola som e vídeo a partir das 18h e o show começa às 19h. Na segunda-feira rola som e vídeo a partir das 20h e o show começa às 20h40.
- haverá uma segunda edição ainda este ano para as bandas que participam do projeto Zombilly: tocam ou frequentam o bar na terça-feira. A agenda está em atualização. Se você tem uma banda, vá até o bar.

domingo, 30 de agosto de 2009


Quero dormir um pouco
um minuto, um século
porém que todos saibam
que estou vivo,
que há cavalos dourados em meus lábios,
que sou o pequeno amigo do vento Oeste,
que sou a sombra imensa de minhas lágrimas.

Jamil Snege

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Gente que vai deixar saudades, vai deixar histórias...

Era um daqueles fins de ano chatos, longe da família, sem lugar nenhum pra passar o natal. E fui com um velho amigo visitar uns parentes, dar um abraços nos velhos, mudar de ares. E foi naquela tarde que conheci a figura mais impressionante que já tinha visto: o vô daquele meu amigo. Uma barba cerrada, muitos anos nas costas, histórias pra contar. O nome dele? Não me lembro mais... E com toda calma e paciencia ele nos contou umas das histórias mais loucas e fascinantes que ja tinha ouvido, dignas de uma produção literária. Nos contou uma verdadeira epopéia, onde a todo custo ingressou no exército para poder ter alguma instrução na vida; de como ele aprendeu datilografia, escapando do horror da guerra, e como incrivelmente numa época onde era proibido os soldados se casarem, conseguiu ludibriar de uma forma extraordinária seus superiores, casar-se com o grande amor da vida dele e ainda por cima estudar e se formar, tudo isso numa aventura indescritível. Ouvindo aquela história, lembrei na hora do livro do Gabriel Garcia Marques, o "Amor nos tempos do cólera", que conseguiu criar uma rede por telex para chegar até seu amor. E partiu este avô deste velho amigo, com ele as histórias fabulosas, mas que pra sempre vão estar bem latentes no coração dos que sentaram e ouviram suas façanhas...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Prof Astromar e os criadores de lobisomem!!!


E o Andye Iore mandou avisar: terça feira que vem, dia 07, se não me engano, é a vez da banda representante da lendária cidade de Asa Branca estremecer as estruturas do Bar Fernandes, em mais uma edição da Zombilly no Bar. Começa à partir das 20h30, num paga nada pra entrar, só oque consumir no boteco. A banda vem com repertório próprio, algumas surpresas e vontade de tocar. Usando suas influências do rock nacional da década de 80 eles se preparam pra subir no estaleiro do bar e afinar os violões.


http://professorastromar.blogspot.com/
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=93821

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Atitude e comportamento

Ás vezes me pego a pensar porque algumas pessoas gostam de rock (e confesso, também me questiono às vezes por isso também). Historicamente, se formos analisar as origens do rock, vai bem longe isso... Veio, também, lá das músicas entoadas pelos negros, do gospel, passando depois pelo arrastado e belíssimo soul, levando pitadas do blues e do country. Só que em dado momento, alguém quis dar mais energia, mais velocidade e, em contrapartida, veio o descontentamento de vários... História parecida com alguma que você conhece. Bastante né. parece que não mudou nada. Mas o rock não se pauta exclusivamente em música. É atitude! É essa a verdadeira origem do rock, e não oque vemos hoje. Então, pesando assim, acredito que posso responder porque gosto de rock: é porque não quero me tornar mais uma "coisa" fabricada em linha de produção contínua pela sociedade! De verdade, tenho medo dessa juventude que hoje vemos dirigindo seus carrões possantes, com garotinhas siliconadas e cheias de volúpia, ouvindo nada mais nada menos que música que não acrescenta nada ao cérebro. Com seus bolso recheados de notas verdinhas, novinhas, cabelos bem cortados e ótimos perfumes... E o mais engraçado, e estranho, é que essa mesma sociedade cada vez mais consegue se distanciar, os indivíduos são mais indivíduos que nunca. Ao passo que homogeiniza o gosto popular, individualiza cada vez mais, cria muros intransponíveis, crenças, credos e conceitos arraigados de preconceito. Muito estranho isso. Aí que minha resposta vem se basear: eu gosto de rock é por isso mesmo, pois me sinto cada vez mais descrente que tudo tá cada vez mais amigável, mais sociável. E o rock apareceu em sua origem já irritando, exigindo, contestando. Não me venham com aquela retórica idiota de que "um dia você vai aprender a gostar". Prefiro ter ainda meu bom gosto, ouvir essas músicas que incomodam, que chateam as vezes. Mas que querem dizer: ACORDA IMBECIL!!!

terça-feira, 30 de junho de 2009


Agora aguenta!!! Gostei desse negócio de atualizar o blog... Cheguei há pouco do Fernandes Bar, onde mais uma vez teve rock rolando solto. E dessa vez os parabéns vão pro pessoal do Tiny Cables Ink, banda que tá começando há pouquissimo tempo, mas que ta mostrando pra galera pra que veio: pra agradar!!! Pra quem foi e curtiu, procure no myspace da piazada, tem mais coisa bacana rolando por lá!!!

E aviso ainda pra quem não sabe, fim de semana vai ser agitado aqui pro norte do Paraná: tem o pessoal do Hospital Doors tocando no tribos na sexta feira, junto com o Zé Pereira e ainda com a estréia nos palcos da banda de surf music Bandidos Molhados! Também tem coisa boa deles no myspace... Imperdível!!! Sexta feira, no Tribos Bar... Se liga e larga de ser bundão, desliga o Globo Repórter e vai dar uma força pro rock pé vermelho!!!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O rock 'n roll ou o rock errou???


Essa semana aconteceu, como em algumas anteriores, mais uma apresentação dos talentos regionais no Bar Fernandes, na av São Paulo, quase em frente ao shopping Avenida Center. É o projeto Zombilly no Bar, feito pelo nosso amigo Andye Iore. Pois é, uma garota de seus 13 pra 14 anos, um violão e muita vontade de mostrar ao mundo que tem um puta talento. Mas o que mais me chama a atenção, pra variar nesta cidade que mais parece um sítio iluminado, é o fato de que quem frequenta, quem sempre ta apoiando, são as mesmas pessoas... São poucos, mas verdadeiros, autênticos. Dá pra montar uma caderneta e tomar chamada toda terça feira. E fico me perguntando: tem tanta banda nesta cidade, tanta gente que vive posando de "rock star", como dizia meu amigo Alonso, mas por onde anda esse pessoal? Por que raios só aparecem nos próprios shows? Só dá pra ver além do próprio umbigo? Ou agora estão cobrando cachê para os pobres mortais vê-los assistindo uma garota iniciante no mundo do Rock 'n Roll? Por isso, mais uma vez, berro à plenos pulmões (meio precários): parabéns ao Andye pela iniciativa, à Nina Nóbrega, por ter tido a humildade de tocar pra um público mesquinho como o de Maringá, ao pessoal da Inimitável, que sempre tá ali dando apoio em todos eventos, à banda Cockroaches, por se mostrar sempre solícito e presentes, aos velhos e bons amigos que ajudam sempre a manter o rock funcionando. E na mesma força do parabéns, vai um foda-se pra todo esse pessoal que só aparece no dia que eles mesmo tocam!!!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cactus Cola e espetinho de iguana...

Maldito dia que fui justamente ficar naquele hotel. Tava tudo tão bom na minha vida, e justamente no quarto em frente ao meu a Lucia tava hospedada. Ahhhhhhhh.... A cortina velha e empoeirada deixava passar as luzes neon do bar defronte ao hotel. Bar bacana, tinha acabado de tomar uns tragos lá quando resolvi ir pro meu quarto. Sabia que não ia conseguir dormir direito, no quarto ao lado um casal discutindo alto, acho que por que o otário do marido tinha errado o caminho na estrada, ou porque ele insistia em não parar pra pedir explicações. Também sou assim, prefiro rodar mil quilometros a mais que dar o braço a torcer. Puta casal estranho.
Me deu uma vontade louca de chutar a porta deles e entrar mandando bala com meu 38 cano ventilado, direto na cabeça deles! Mas aí eu num ia poder bater na porta da Lucia. Abri o frigobar, não tinha muita coisa, uma garrafa dágua pela metade e quatro cervejas. Abri uma, o calor tava me derretendo as bolas. Ah, a Lucia. Tomei de uma virada só, pra ver se criava coragem. Chutei a parede para ver se o barulho parava um pouco. Que merda, o casal ainda tava discutindo, agora era por causa da garçonete peituda do bar.
Alguém bateu à minha porta. Porra, agora esse idiota vinha me encher o saco, só me faltava essa. Lembrei do dia que tive que sair pela janela do quarto de hotel, pulando. É, a negociação não tinha sido muito boa, aquele negro de chapéu de abas caídas num curtiu os diamante que eu tinha levado. Também, eu num tinha a mínima idéia de onde o China tinha roubado. Acharam o China dois dias depois enterrado no deserto. Odeio deserto!
Por precaução peguei minha espingarda Lupara, tinha lido num livro de nem sei quem que os gangsters italianos usavam essa arma nos extermínios. Diziam que só com o estrondo do tiro já amedrontava . Bons tiros, muito barulho. Engatei a bala no cano. Era tudo ou nada, e fui abrindo a porta, só o vão pra passar o cano. Maldita, a Lucia, no corredor, enrolada numa toalha encardida, meia dúzia de cervejas na mão e pedindo pra eu sair da frente. É a ultima coisa que lembro. Só sei que estou no deserto agora, enterrado até o pescoço, vendo a Lucia sorrindo da janela do Buik, me mostrando meu saco de diamantes. E sorrindo. Sabia que aquele hotel num valia nada mesmo. Se eu sair dessa, nunca mais fico lá!

sábado, 1 de novembro de 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sempre gostei deste tempo frio, essas noites cor de laranja, ou como diz minha filha, com cara de chuva de Fanta... Essas luzes amarelas me fascinam, a avenida meio com brumas, aquele ar gélido e a noite com cara de triste... Lembro que quando estava deitado, longe daqui, minha maior saudade eram destas noites, tão só como um fósforo na caixa, esperando pra pegar fogo, mas sem um mínimo de movimento, estático. E o mais engraçado é que quando consegui isso de volta, essas noites frias e chatas, queria o inverso de volta. Mas aí já tinha ido pro brejo. É tão fácil desistir de tudo pra tentar mudar, voltar atrás. Aí quando a ente consegue mudar a vida, dá a vontade de não querer mais nada que faça sentido. Um amigo meu uma vez falou que gostava se sentir como uma ervilha verde, roliça, apertada dentro da lata. Eu prefiro a idéia do fósforo! Ta numa caixa também, às vezes tão sozinho ali que ninguém nem quer pegar naquela caixa. Parece que o fato de estar sozinho vira uma espécie de alarme: nesta caixa só tem um, pega uma nova e cheia! O que raios as pessoas tem contra a caixa com o ultimo fósforo??? Tão útil, funcionando ainda, pronto pra torrar tudo! Mas não, tem que deixar aquele fósforo pra trás, se duvidar joga a caixa com ele fora pra trocar por uma cheia... E pásmen, eu acho que sempre me senti como aquele fósforo, sabia que estava lá, na noite fria, amarela, cheia de neblina, e escondido na caixa, ahhhh, a caixa. Na certa, perdida no fundo de uma jaqueta, ou caída atrás do fogão, ou na ultima gaveta, atrás de um monte de guardanapos amarelados e encardidos.... Mas olha só que coisa mais louca: quando todos fósforos acabam, o isqueiro alguém levou por mero descuido, o fogão não funciona o acendedor elétrico, adivinha quem vai ser procurado...

pegue um lápis e marque um ponto

no centro de uma folha

a solidão é tudo o que está em volta

(Alice Sant´anna)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Festa de Merda!!!


Pois é, meu amigo Rubens K, grande baixista e gente boa de carteirinha avisa: festa de merda!!! É a estréia do cara comandando os groovies na Banda Fábrica de Animais (que eu não conheço!!!), mas que deve ser ducaralho!!! Se vira e vá lá conferir...

domingo, 24 de agosto de 2008

aos amigos, que vão, vem, somem, morrem, nascem...

Dia fatídico, chato, trágico, chuvoso... Do jeito que sempre gostei. Que ironia não, mas isso me dá forças, me alimenta a alma, me dá fogo aos olhos... Ouvi muita coisa que me deixou pra baixo, esbravejei, mordi os lábios, quase chorei, criei força, sorri ao final... Mas me deixou puto e pensativo, carrancudo, pensando em sumir, morrer, retornar, renascer... Igual a fenix, retornou das cinzas. Mas aqui o buraco é mais embaixo... A pegada é firme e renova sim, mas vem da merda mesmo... É sábado, os apelos pra sair são muitos, a vontade é pequena. Como disse um vez Luiz Del Castilho, o cigarro pra quem é sozinho é um puta amigo, e um amigo filho da puta...
He he, nada com um porrada atrás da outra pra gente aprender a desviar o rosto, achar uma brecha e escorregar por ali...
Vou sim sair, encontrar meus amigos que também como eu vão tomar por algum motivo, ou por ter alguém enchendo o saco, ou enchendo o saco de alguém, ou não tem porra nenhuma pra reclamar... Esses são os piores!!! Ficam cada vez mais ranzinzas...
A maq do tempo pra mim ainda tá sem pilha... Se eu pudesse voltar atrás, nem o apelido eu deixava de usar... Seria mais leve, sorriria mais, falaria mais, usaria mais jeans, menos camisa e gravata, cantaria mais, brincaria mais... passearia mais... Tomaria menos cerveja e mais suco, menos café e mais Gatoradde, dormiria mais abraçado e mais cedo, gastaria menos e comeria mais doces... e carne, ahhhh, carne...
Cadê minha juventude??? Tá aqui agora, mas me falta um pedaço que ainda não voltou... Fico velho, perco a noção, derramo a lágrima, me torno mais humano nas minhas falhas... Aprendi sofrendo que o que posso fazer é dar mais valor e respeito às pessoas...
Gente vai, gente vem, nasce um, morre algum!!! E o círculo da vida se renova aqui e ali, mas a perda é sempre sentida, a chegada comemorada... Quem eu gosto, por favor, não morram!!! Gosto muito de todos vocês, amigos, irmãos, pais, filha, amada... É duro ver gente mais nova que nós indo, mesmo sabendo que é provisório, que é só por um pouquinho, que sempre estaremos juntos, mas é aqui e agora que estou, é aqui e agora que quero vcs!!! O convívio, a alegria, a tristeza, tudo mais!!! Quero o bônus e o ônus!!! Mas só quero...

domingo, 27 de abril de 2008


E depois tem gente que não acredita em fadas...

domingo, 13 de abril de 2008

Expressão

A expressão está longe de ser vista, não querem mais ela. Seja na música, no teatro, cinema. . . Todos sabemos: o que nos mostram falta expressão... mas pagamos , e somos felizes... estou cheio da TV, mas preciso vê-la, se quero continuar com os meus diálogos por aí. . . todos olham pra TV, mas a TV não olha para todos, estamos cansados de saber que os caras olham para o nosso bolso... e a propaganda insiste: TV gratuita, de qualidade, mas será que não pagamos ??? E cadê a expressão ? Continuamos felizes, não precisamos cantar, cantam por nós, não precisamos escrever, está tudo roteirizado, não precisamos falar oque PENSAMOS, é só preencher o perfil. . É é quadrante !! ou é redondio ??? Me desculpem amigos, não quero causar confusão... ela já está causada, apenas quero falar, e ser ouvido, ouvir e compreender... e cadê a PORRA da EXPRESSÃO !?!?
com expressã0 : Raniere


Raniere Garcia Paiva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

E Fidel já era...


E essa semana me deparo com uma notícia que me deixou no mínimo pensativo: Fidel resolveu aposentar o coturno, a farda e o charuto cubano. Pois é, depois de praticamente meio século enfurnado dentro de uma farda verde velha, de um marxismo fabricado numa oficina no fundo de Pequim, de fuzis e salsa, sangue e merengue, finalmente, o velho opositor da vanguarda neo liberal decidiu que quer se aposentar, esquecer o passado, viver em Miami, comprar numa Dutty Free... O que me intriga é pensar: e agora? Todo cubano fica alegre ou triste, não tem mais discurso de domingo na praça, não tem mais a figura mítica, a raiva desenfreada, o carisma do grande líder. Vai mudar minha vida em alguma coisa? Duvido muito... O Povo vai ficar analfabeto, não mais vão haver balsas cubanas, nem Buena Vista Social Club??? Viva Fidel, viva la revolucion, e viva o Big Mac e o Nutella. Nem tudo nem nada, só mais do mesmo...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Os melhores dos piores, ou piores dos melhores, ou tanto faz...


ALTA FIDELIDADE 2007


Fechando o ano em grande estilo, o projeto ALTA FIDELIDADE conseguiu reunir diversos e antigos amigos, bons músicos, exposição de fotografias, velhinhos, crianças, amantes do rock 'n roll... LEMINSKES, banda de Maringá que empolga e emociona, TERMINAL GUADALUPE, uma banda à prova de chatices, com sua música bem colocada, letras sem frescuras. Foi um ótimo fim de semana.
Agora é aguardar até toda última sexta feira de cada mês, sempre um atração interessante, música, poesia, fotografia, dramaturgia. É o projeto ALTA FIDELIDADE mostrando para que veio, divulgar os artistas independentes, regionais (ou não!), que algumas vezes encontram certa dificuldade de mostrar seu trabalho ao público. É esperar pra ver. Apoio ADUEM.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

reviravolta

ela dirige para a vaga no estacionamento enquanto
eu me escoro contra o pára-choque de meu carro.
ela está bêbada e seus olhos estão molhados de lágrimas:
“seu filho da puta, você trepou comigo quando não
estava a fim. Disse pra eu continuar ligando,
disse pra eu me mudar pra perto da cidade,
e então me disse pra deixar você em paz.”

tudo muito dramático e eu gostando daquilo.
“claro, bem, o que você quer?”

“quero falar com você. Quero ir pra sua
casa e falar com você...”

“estou com alguém agora. Ela foi buscar um sanduíche.”

“quero falar com você...demora um pouco pra superar as coisas. Preciso de mais tempo.”
“claro. Espere até que ela saia. Não somos desumanos. Podemos tomar um drinque juntos.”

“merda” ela disse, “oh, merda!”

pulou dentro do carro e arrancou.

a outra apareceu: “quem era aquela?”

“uma ex-amiga.”

agora ela se foi e estou aqui sentado e bêbado
e meus olhos parecem molhados de lágrimas.
está tudo muito silencioso e sinto como se um arpão
estivesse atravessado no meio das minhas tripas.

caminho até o banheiro e vomito.

piedade, eu penso. Será que a raça humana não sabe nada
sobre piedade?

(Charles Bukowski)

domingo, 9 de dezembro de 2007

PROJETO ALTA FIDELIDADE

Alta Fidelidade 2007
Após cinco anos de espera o ALTA FIDELIDADE finalmente volta para onde tudo começou: o Teatro Oficina da Universidade Estadual de Maringá. De quebra os organizadores firmaram uma parceria cultural muito promissora com a ADUEM (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá), visando agitar constantemente o final de cada mês de 2008. Para quem não se lembra vai ai um histórico do evento:
* Alta Fidelidade 2003 - A Inimitável Fábrica de Jipes & Betty by Alone, exposição de fotos e poesias - Teatro Oficina da UEM;
* Alta Fidelidade 2004 - A Inimitável Fábrica de Jipes & Betty by Alone & Trial & Relespública, exposição de fotos e poesias - Asterisco Bar;
* Alta Fidelidade 2005 - A Inimitável Fábrica de Jipes & Faichecleres - Asterisco Bar;
* Alta Fidelidade 2006 - A Inimitável Fábrica de Jipes & Terminal Guadalupe, exposição de fotos e poesias - Asterisco Bar;
Para fechar 2007, o ALTA FIDELIDADE 2007 faz uma dobradinha e mais uma vez traz até Maringá a banda curitibana Terminal Guadalupe, grande promessa e destaque absoluto do rock parananense. O pessoal do TG promete apresentar o seu mais novo show desde o lançamento do aclamado "A Marcha dos Invisíveis". As honrarias da abertura caberão a maringaense Leminskes, que nos últimos meses vem se destacando no cenário regional. Então anota ai:
O que? ALTA FIDELIDADE 2007
Quando? 21/12/2007 as 21:00 hs (Pontualmente!)
Onde? TEATRO OFICINA DA UEM
Quem? LEMINSKES (MARINGÁ) & TERMINAL GUADALUPE (CURITIBA)
Quanto? R$5,00 (200 Convites na Portaria do Teatro)
O que +? POESIA, FOTOGRAFIA, PREMIAÇÔES, BLá, Blá, Blá
Apoio: ADUEM
Realização: ALTA FIDELIDADE

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

última canção

Esta talvez seja a minha última canção. Ela foi a que mais tempo levou para ser composta. Antes dela, eu era só mais um garoto assustado, precisando de muito barulho pra afastar os maus pensamentos. Antes dela, eu vivia em fuga, tentando escapar de mim mesmo. Antes dela, eu tinha vocação para a mentira e para um prato de comida fácil, em qualquer companhia - desde que me pagassem o almoço. Antes dela eu me sentia a menor das criaturas sobre a terra. Não me achava digno nem dos pingos da chuva, que me acertavam em cheio a testa. Antes dela, eu não tinha conhecido a paixão e tudo que vem de brinde com ela. Antes dela, eu achava que iria morrer aos 28, como Jim Morrison. Então eu me achava genial e descia a rua sem olhar para os lados ou para trás. Antes dela, eu não amava os gatos como amo. Antes dela, eu ainda acreditava em todas as pessoas. Antes dela, eu achava que era só uma questão de tempo pra tudo dar certo. Antes dela, tinha o deserto. Agora, quando eu não estiver mais por aqui, ela, a canção, vai ficar. Vai ficar ecoando, como crianças brincando com a própria voz em frente ao rochedo, como uma valsa que não quer terminar, como os pequenos barulhos que você faz enquanto dorme. Como um pequeno sopro de brisa, em algum lugar.

(Rubens K)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cachorro no vento...


A noite não estava frio, só um vento de fim de inverno soprava, e ele na janela fumando um cigarro, tentando achar o sono perdido no meio da fumaça. Tinha tomado chá preto, leite com café, a comida não descia, não cabia no estômago nada mais que a tristeza que inundava o coração. E transbordava pro corpo todo. Um cachorro correndo de um carro na avenida, mancando de uma colisão não evitada, outros correndo em sua direção. Ele se sentia aquele cachorro: aleijado, rejeitado, abandonado ao frio e à sua própria sorte. Sem dono, sem comida, sem casa, sem teto, no vento. Só que esse cachorro não fumava dois maços por dia. Duas da manhã, o sono não vinha, a cabeça pesava mais que o habitual, um turbilhão de idéias, pensamentos, mirabolantes que só, invadiam sua cabeça. Fazer como o cachorro, correr sem rumo, aceitar a dura realidade, sentar na calçada, esperar melhor sorte, alguém jogando uma salsicha pra ele, um afago na cabeça, um chute no pêlo encardido. Uma música boa ao fundo, uma guitarra folk arranhando acordes bonitos, melhor que um hardcore, mais doce que pudim de leite condensado... Um bando de jovens falando que viver a vida é correr e arriscar, “be fast”, lembrava Led... E o cachorro?! E a velocidade?! E o sono? Chegando de mansinho, sorrateiro, tirando o nexo das idéias, embaralhando o olhar, o propósito firme, o meio complicado, o fim longínquo... Organizar o pensamento, pensar objetivamente, tentar de novo, e de novo, até conseguir, ele não iria desistir nunca, era um guerreiro, não desiste porque é teimoso, sabia que era inevitável que iria conseguir, talvez demorasse mais que agüentava, mas iria..

fim de semana "Norte em chamas"...


Outubro começou com um baita calor, oque parecia animar cada vez os amantes do rock 'n roll... Começou com a fantástica recepção que tivemos em Curitiba por parte de nossos irmãos do TERMINAL GUADALUPE, que juntamente com o pessoal do TRÊMULA nos receberam no Porão Rock Club. Foi absurdo o quanto a galera do Terminal se empenhou pra fazer uma noite extremamente agradável, um ótimo churrasco no outro dia, os novos amigos que nos apresentaram.
Mas o melhor mesmo foi poder receber esses grandes músicos e amigos aqui em nossa cidade, poder retribuir a hospitalidade que tiveram conosco na semana anterior. E mandaram muito bem no Tribos Bar, nossa casa aqui em Maringá, do nosso grande irmão e companheiro Juninho. Fizeram só oque fazem de melhor: deixaram todos de boca aberta e cabelos em pé. São sempre canções fortes e contundentes, profundas que nos fazem pensar e às vezes até sentir raiva!!! E pra melhorar ainda tocamos com nossos irmãos do OUVIDOS CALADOS, em Rolândia, ouvindo os gritos do Fabião, um puta lutador, um cara que é só rock e nada mais, com canções que fizeram o mais escondido sentimento brotar, com amor e berros insandecidos!!!

Aos nossos grandes amigos do rock, não desistam nunca, como diz meu irmão mais velho Rubens K, se assim fizerem, "eles nos venceram"...

Rock sempre!!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Mês corrido este hein... mas de extrema qualidade!!!




domingo, 16 de setembro de 2007

Sangue de Maria

Ele sempre gostou daquele drink: gim com campari... E era isso que ele bebia enquanto via a banda de seus amigos tocarem aquele blues arrastado, cheio de paixão e melancolia. Seu velho amigo entre seus dedos, queimando no ar, castigando os pulmões, sendo sua única companhia naquela noite de junho. Pensou na vida, nas pessoas que ficaram pra trás, nas que passaram por sua vida. A bebida começava a fazer efeito, já era a quarta dose, a lágrima rolava em sua face. A canção agora lembrava situações, muitas boas, outras com final nem sempre feliz. O cara do bar trouxe mais uma dose. Ele a viu chegando, não estava sozinha... Não importava com quem! Ele puxou mais uma vez a fumaça pra dentro, tomou um gole, rangeu os dentes... Tomou coragem, outro gole!!! Pensou em levantar, ir conversar. As pernas não obedeciam. O cérebro ainda era mais esperto que o coração, duro pra se proteger, mole pra se meter em encrencas... Só ele e o garçom entendiam a situação. Ela quase o viu, por um relance. Parecia que na mesa do canto, a mesma que tantas vezes riram e se embriagaram. Não podia ser, ela ouvira falar que ele sofreu um acidente fatal de carro. Explodiu no meio de uma plantação de cevada ou aveia, ninguém nunca soube ao certo. O garçom apagou a luz sobre ele. Nem o nome dele sabia, nunca falara mais do que o preço da dose pra ele. Naquela noite era seu melhor amigo, soube interpretar a necessidade do momento. Nem perguntou. Trouxe outra dose, mais um maço de seu cigarro preferido, aquele mesmo que estava aos poucos derretendo seus pulmões... A canção continuou. A noite ainda começava, mas para os outros, não pra ele.

Preceitos básicos e avisos adicionais a jovens escroques

Não tente roubar uma vaca maior que sua caçamba.

Não mostre seu rabo pra Polícia Rodoviária.

Negociatas longas com grana curta é prejuízo na certa.

Não confunda o Evangelho com a Igreja.

Nunca dedure familiares ou amigos.

Evite morar em qualquer lugar onde não dê pra mijar da porta da frente.

Só porque é simples não significa que é fácil.

Não deixe seu olho grande preencher cheques que sua barriga vazia não possa bancar.

Se você não a quer, não a provoque.

Não estacione entre dois cachorrões jogando sujo.

Qualquer um amassa tomates; o foda é fazer o molho.

Nunca se é pobre demais para deixar de prestar atenção.

Não remoa por aí suas paranóias.

Nunca durma com uma mulher que considere isso um favor.

Se for atingido por um valentão, dê-lhe a outra face.

Se rolar de novo, atire no filho da puta.

Manter é sempre duas vezes mais difícil do que conseguir.

Nunca atravesse uma cidade pequena a 120 por hora com a filhota do xerife nua na garupa.

Nunca registre o preto no branco.Se você não está confuso então não tá entendendo nada.

Amar é sempre mais difícil do que parece.



(Jim Dodge)
A noite não estava fria, só um vento de fim de inverno soprava, e ele na janela fumando um cigarro, tentando achar o sono perdido no meio da fumaça. Tinha tomado chá preto, leite com café, a comida não descia, não cabia no estômago nada mais que a tristeza que inundava o coração. E transbordava pro corpo todo. Um cachorro correndo de um carro na avenida, mancando de uma colisão não evitada, outros correndo em sua direção. Ele se sentia aquele cachorro: aleijado, rejeitado, abandonado ao frio e à sua própria sorte. Sem dono, sem comida, sem casa, sem teto, no vento. Só que esse cachorro não fumava dois maços por dia. Duas da manhã, o sono não vinha, a cabeça pesava mais que o habitual, um turbilhão de idéias, pensamentos, mirabolantes que só, invadiam sua cabeça. Fazer como o cachorro, correr sem rumo, aceitar a dura realidade, sentar na calçada, esperar melhor sorte, alguém jogando uma salsicha pra ele, um afago na cabeça, um chute no pêlo encardido. Uma música boa ao fundo, uma guitarra folk arranhando acordes bonitos, melhor que um hardcore, mais doce que pudim de leite condensado... Um bando de jovens falando que viver a vida é correr e arriscar, “be fast”, lembrava Led... E o cachorro?! E a velocidade?! E o sono? Chegando de mansinho, sorrateiro, tirando o nexo das idéias, embaralhando o olhar, o propósito firme, o meio complicado, o fim longínquo... Organizar o pensamento, pensar objetivamente, tentar de novo, e de novo, até conseguir, ele não iria desistir nunca, era um guerreiro, não desiste porque é teimoso, sabia que era inevitável que iria conseguir, talvez demorasse mais que agüentava, mas iria..

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Ela falou alguma coisa sobre ir embora. Depois falou que precisava tirar o carpete da sala, dos quartos. Disse que precisa de mais espaço pra respirar. Eu tava na cozinha olhando pro nada, copo de café na mão, tentando entender como as coisas acontecem, como a felicidade surge e te leva num turbilhão. Lá da cozinha eu só consegui dizer um “como você achar melhor”. Imediatamente me arrependi de ter dito isso.

Rubens K. - Terminal Guadalupe

segunda-feira, 3 de setembro de 2007


Esse blog é de um grande irmão nosso em Maringá, o fotógrafo Fábio Dias. Esse é um cara que sempre esteve acompanhando as bandas de rock, às vezes quase que desapercebido, congelando o momento, buscando os cliques mais inusitados. E tem feito um trabalho fantástico em relação à nossa cidade. Só uma palhinha do que esse cara é capaz...

Leminskes, uma banda de amigos


Leminskes tem a mesma história de milhares de bandas que pipocam em garagens do mundo todo: amigos que se gostam e que têm no rock um estilo de vida. Leminskes não é nada além disso: amigos querendo se divertir nos finais de semana. Nenhuma revolução, promessa ou salvação para o rock. Aliás, não há salvação para o rock. É o rock quem salva e
se salva.

O rock é e sempre será a trilha sonora escolhida para ver a vida
correr, enquanto o trabalho consome mas alimenta, no momento em os amigos chegam e partem, no calor em que as paixões nascem e as vezes morrem com a gente. Mas não é só no rock que se encontram as palavras apropriadas para expressar esse turbilhão de sentimentos. As palavras também estão em movimento e carregadas de poesia nas páginas de inúmeros livros que nos inundam de emoções. E foi na combinação da distorção do som com a força das palavras que Leminskes buscou a sua inspiração. Uma clara referência e uma honesta homenagem ao poeta paranaense
Paulo Leminski, que tão bem soube brincar com os sons e com as palavras.

Formada em Maringá-PR e reunida em 2007, Leminskes conta com a voz de Daniela Corazza, com a guitarra de Rafael Souza (Sex Hansen, The Guavas e A Inimitável Fábrica de Jipes), com o baixo de Clériston "Gótico" Teixeira (Os Prolétas, The Jhones Project) e com a bateria de Igor Grande. Para o final de 2007, o primeiro CD da banda, com o nome provisório de “Canções Despedaçadas para Juntar os Cacos” deve ser lançado. A banda faz sua estréia no próximo dia 25/08, junto com o Terminal Guadalupe, uma das bandas mais bacanas e inteligentes da atualidade.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Terminal Guadalupe, uma super banda...

Acaba de chegar às bancas o número 66 da revista paranaense Idéias. Embora trate mais de política e economia, a publicação também destaca a cultura, especialmente literatura. A nova edição, porém, joga luz sobre o álbum "A Marcha dos Invisíveis", do Terminal Guadalupe. Em texto assinado pelo jornalista, escritor e mestre em Literatura Marcio Renato dos Santos, o disco é descrito como "perfeito". Confira alguns trechos de "Debulho", título do artigo:(...) A marcha dos invisíveis, mais recente álbum da banda curitibana Terminal Guadalupe, tem som impecável. Nenhuma manifestação sonora da província registrada em álbum até este momento atingiu tamanha qualidade. Os timbres de guitarra, o som do contrabaixo, da bateria, da voz, dos vocais, de eventuais outros instrumentos, enfim, todo som neste álbum, musicalmente falando, toca a eternidade, o sublime. A marcha dos invisíveis parece até álbum de artista internacional, tanta e tamanha é a qualidade do som gravado. Musicalmente, A marcha dos invisíveis é um álbum perfeito.(...) A marcha dos invisíveis traduz, ainda, o entrosamento de Dary Jr. (texto e voz), Allan (guitarra e vocal), Rubens K. (baixo), Fabiano (bateria) — agora acompanhados de Lucas (guitarra). A marcha dos invisíveis contamina o imaginário de quem tem acesso ao conteúdo. A marcha dos invisíveis é, por tudo que irradia, o ápice disso que se chama música popular feita no Paraná. Mas — óbvio, ululante até — o Paraná está no Brasil, no mundo, no cosmos, no caos. É, A marcha dos invisíveis é o álbum.www.tg.mus.br

terça-feira, 19 de junho de 2007

Para matar um grande amor

Muito se louvou a arte do encontro, mas poucos louvaram a arte do adeus. No entanto, não há gesto tão profundamente humano quanto uma despedida. É aquele momento em que renunciamos não apenas à pessoa amada, mas a nós mesmos, ao mundo, ao universo inteiro. O amor relativiza; a renúncia absolutiza. E não há sentimento mais absoluto do que a solidão em que somos lançados após o derradeiro abraço, o último e desesperado entrelaçar de mãos. Arrisco mesmo a dizer: só os amores verdadeiros se acabam. Os que sobrevivem, incrustados no hábito de se amar, podem durar uma vida inteira e podem até ser chamados de amor mas nunca foram ou serão um amor verdadeiro. Falta-lhes exatamente o Dom da finitude, abrupta e intempestiva. Qualidade só encontrável nos amores que infundem medo e temor de destruição. Não se vive o amor; sofre-se o amor. Sofre-se a ansiedade de não poder retê-lo, porque nossas cordas afetivas são muito frágeis para mantê-lo retido e domesticado como um animal de estimação. Ele é xucro e bravio e nos despedaça a cada embate e por fim se extingue e nos extingue com ele. Aponta numa única direção: o rompimento. Pois só conseguiremos suportá-lo se ocultarmos de nossos sentidos o objeto dessa desvairada paixão. Mas não se pense que esse é um gesto de covardia. O grande amor exige isso. O rompimento é sua parte complementar. Uma maneira astuciosa de suspender a tragédia, ditada pelo instinto de sobrevivência de cada um dos amantes. Morrer um pouco para se continuar vivendo. E poder usufruir daquele momento mágico, embebido de ternura, em que a voz falseia, as mãos se abandonam e cada qual vê o outro se afastar como se através de uma cortina líquida ou de um vitral embaçado. Há todo um imaginário sobre os adeuses e as separações, construído pela literatura e pelo cinema. O cenário pode ser uma estação de trem, um aeroporto (remember Casablanca), um entroncamento rodoviário. Pode ser uma praça ou uma praia deserta. Falésias ou ruínas de uma cidade perdida. Pode estar garoando ou nevando, mas vento é imprescindível. As nuvens devem revolutear no horizonte, como a sugerir a volubilidade do destino. Os cabelos da amada, longos e escuros, fustigam de leve seus lábios entreabertos. Há sutis crispações, um discreto arfar de seios. E os olhos, ah!, os olhos... A visão é o último e o mais frágil dos sentidos que ainda nos une ao que acabamos de perder. Uma grande dor, uma solidão cósmica, um imenso sentimento de desterro. Que se curam algum tempo depois com um amor vulgar, desses feitos para durar uma vida inteira...
Jamil Snege nasceu em Curitiba, em 1939. Graduou-se em Sociologia e Política pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Escritor e publicitário, dividia seu tempo entre os livros e sua agência publicitária. Publicou crônicas, quinzenalmente, no jornal Gazeta do Povo. Seus principais livros são “O jardim, a tempestade” (minicontos, 1989), “Como eu se fiz por si mesmo” (memórias, 1994) e “Os verões da grande leitoa branca” (contos, 2000). Morreu em Curitiba, em 2003.

domingo, 20 de maio de 2007

Velha amiga...

A estrada longa dizia tanto... A cada curva, a cada placa, a velha amiga chamava mais e mais... E o caminhão era o tradutor da mensagem... Ele o receptor. O caminhão o meio... Atrás dele somente as toras que outrora foram vida, agora viravam papel, um bloquinho de rascunho, uma carta de amor talvez. Elas que floresceram, viram chuva, frio, sol, canto de pássaros. Que foram confidentes de algum camponês que amava a esposa e os três filhos... Agora estavam atrás dele. Virando papel... A música country de Johnny Cash soando como um sonho pra ele, o radio baixinho, o px chamando qualquer um pro papo. A neblina deixando a noite mais linda, mais perigosa... E o único perigo naquela noite seria morrer sem amar. Passar aquelas frias horas com a mente vazia, com o coração duro. Não era ele agora, não mesmo. No painel do caminhão a foto da namorada, seu anjo, seu refúgio, seu porto seguro. A certeza de um amor que então ia se concretizando aos pouquinhos, sem pressa, com ternura, com paciência. Na Route 66, o tapete preto que cortava seu estranho país, ás vezes um motel, um café, um pedaço de torta de blueberry, um pedaço de galinha frita com molho barbecue. Parecia que June Carter cantava sentada ao seu lado então, sua linda voz aveludada amolecia o coração daquele menino de barbas e camisa xadrez vermelha.
Uma parada pra verificar os pneus, uma água no rosto pra espantar o sono, um cigarro pra esquentar os pulmões, uma olhada pra lua. Deu vontade de ficar ali olhando o céu, contando as estrelas, igual quando ele ficava com a filha deitado no chão da varanda... Contavam uma a uma, inventavam bichinhos, casas, ursos... A estrada chamou, o px passou informação de problemas à frente, óleo na pista... Cuidado redobrado... Mas a canção o fez esquecer da preocupação, vagar o olhar no fim da estrada, sem atentar que logo a frente estava a tênue fronteira entre viver e tentar tudo de novo...