segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cactus Cola e espetinho de iguana...

Maldito dia que fui justamente ficar naquele hotel. Tava tudo tão bom na minha vida, e justamente no quarto em frente ao meu a Lucia tava hospedada. Ahhhhhhhh.... A cortina velha e empoeirada deixava passar as luzes neon do bar defronte ao hotel. Bar bacana, tinha acabado de tomar uns tragos lá quando resolvi ir pro meu quarto. Sabia que não ia conseguir dormir direito, no quarto ao lado um casal discutindo alto, acho que por que o otário do marido tinha errado o caminho na estrada, ou porque ele insistia em não parar pra pedir explicações. Também sou assim, prefiro rodar mil quilometros a mais que dar o braço a torcer. Puta casal estranho.
Me deu uma vontade louca de chutar a porta deles e entrar mandando bala com meu 38 cano ventilado, direto na cabeça deles! Mas aí eu num ia poder bater na porta da Lucia. Abri o frigobar, não tinha muita coisa, uma garrafa dágua pela metade e quatro cervejas. Abri uma, o calor tava me derretendo as bolas. Ah, a Lucia. Tomei de uma virada só, pra ver se criava coragem. Chutei a parede para ver se o barulho parava um pouco. Que merda, o casal ainda tava discutindo, agora era por causa da garçonete peituda do bar.
Alguém bateu à minha porta. Porra, agora esse idiota vinha me encher o saco, só me faltava essa. Lembrei do dia que tive que sair pela janela do quarto de hotel, pulando. É, a negociação não tinha sido muito boa, aquele negro de chapéu de abas caídas num curtiu os diamante que eu tinha levado. Também, eu num tinha a mínima idéia de onde o China tinha roubado. Acharam o China dois dias depois enterrado no deserto. Odeio deserto!
Por precaução peguei minha espingarda Lupara, tinha lido num livro de nem sei quem que os gangsters italianos usavam essa arma nos extermínios. Diziam que só com o estrondo do tiro já amedrontava . Bons tiros, muito barulho. Engatei a bala no cano. Era tudo ou nada, e fui abrindo a porta, só o vão pra passar o cano. Maldita, a Lucia, no corredor, enrolada numa toalha encardida, meia dúzia de cervejas na mão e pedindo pra eu sair da frente. É a ultima coisa que lembro. Só sei que estou no deserto agora, enterrado até o pescoço, vendo a Lucia sorrindo da janela do Buik, me mostrando meu saco de diamantes. E sorrindo. Sabia que aquele hotel num valia nada mesmo. Se eu sair dessa, nunca mais fico lá!

sábado, 1 de novembro de 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sempre gostei deste tempo frio, essas noites cor de laranja, ou como diz minha filha, com cara de chuva de Fanta... Essas luzes amarelas me fascinam, a avenida meio com brumas, aquele ar gélido e a noite com cara de triste... Lembro que quando estava deitado, longe daqui, minha maior saudade eram destas noites, tão só como um fósforo na caixa, esperando pra pegar fogo, mas sem um mínimo de movimento, estático. E o mais engraçado é que quando consegui isso de volta, essas noites frias e chatas, queria o inverso de volta. Mas aí já tinha ido pro brejo. É tão fácil desistir de tudo pra tentar mudar, voltar atrás. Aí quando a ente consegue mudar a vida, dá a vontade de não querer mais nada que faça sentido. Um amigo meu uma vez falou que gostava se sentir como uma ervilha verde, roliça, apertada dentro da lata. Eu prefiro a idéia do fósforo! Ta numa caixa também, às vezes tão sozinho ali que ninguém nem quer pegar naquela caixa. Parece que o fato de estar sozinho vira uma espécie de alarme: nesta caixa só tem um, pega uma nova e cheia! O que raios as pessoas tem contra a caixa com o ultimo fósforo??? Tão útil, funcionando ainda, pronto pra torrar tudo! Mas não, tem que deixar aquele fósforo pra trás, se duvidar joga a caixa com ele fora pra trocar por uma cheia... E pásmen, eu acho que sempre me senti como aquele fósforo, sabia que estava lá, na noite fria, amarela, cheia de neblina, e escondido na caixa, ahhhh, a caixa. Na certa, perdida no fundo de uma jaqueta, ou caída atrás do fogão, ou na ultima gaveta, atrás de um monte de guardanapos amarelados e encardidos.... Mas olha só que coisa mais louca: quando todos fósforos acabam, o isqueiro alguém levou por mero descuido, o fogão não funciona o acendedor elétrico, adivinha quem vai ser procurado...

pegue um lápis e marque um ponto

no centro de uma folha

a solidão é tudo o que está em volta

(Alice Sant´anna)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Festa de Merda!!!


Pois é, meu amigo Rubens K, grande baixista e gente boa de carteirinha avisa: festa de merda!!! É a estréia do cara comandando os groovies na Banda Fábrica de Animais (que eu não conheço!!!), mas que deve ser ducaralho!!! Se vira e vá lá conferir...

domingo, 24 de agosto de 2008

aos amigos, que vão, vem, somem, morrem, nascem...

Dia fatídico, chato, trágico, chuvoso... Do jeito que sempre gostei. Que ironia não, mas isso me dá forças, me alimenta a alma, me dá fogo aos olhos... Ouvi muita coisa que me deixou pra baixo, esbravejei, mordi os lábios, quase chorei, criei força, sorri ao final... Mas me deixou puto e pensativo, carrancudo, pensando em sumir, morrer, retornar, renascer... Igual a fenix, retornou das cinzas. Mas aqui o buraco é mais embaixo... A pegada é firme e renova sim, mas vem da merda mesmo... É sábado, os apelos pra sair são muitos, a vontade é pequena. Como disse um vez Luiz Del Castilho, o cigarro pra quem é sozinho é um puta amigo, e um amigo filho da puta...
He he, nada com um porrada atrás da outra pra gente aprender a desviar o rosto, achar uma brecha e escorregar por ali...
Vou sim sair, encontrar meus amigos que também como eu vão tomar por algum motivo, ou por ter alguém enchendo o saco, ou enchendo o saco de alguém, ou não tem porra nenhuma pra reclamar... Esses são os piores!!! Ficam cada vez mais ranzinzas...
A maq do tempo pra mim ainda tá sem pilha... Se eu pudesse voltar atrás, nem o apelido eu deixava de usar... Seria mais leve, sorriria mais, falaria mais, usaria mais jeans, menos camisa e gravata, cantaria mais, brincaria mais... passearia mais... Tomaria menos cerveja e mais suco, menos café e mais Gatoradde, dormiria mais abraçado e mais cedo, gastaria menos e comeria mais doces... e carne, ahhhh, carne...
Cadê minha juventude??? Tá aqui agora, mas me falta um pedaço que ainda não voltou... Fico velho, perco a noção, derramo a lágrima, me torno mais humano nas minhas falhas... Aprendi sofrendo que o que posso fazer é dar mais valor e respeito às pessoas...
Gente vai, gente vem, nasce um, morre algum!!! E o círculo da vida se renova aqui e ali, mas a perda é sempre sentida, a chegada comemorada... Quem eu gosto, por favor, não morram!!! Gosto muito de todos vocês, amigos, irmãos, pais, filha, amada... É duro ver gente mais nova que nós indo, mesmo sabendo que é provisório, que é só por um pouquinho, que sempre estaremos juntos, mas é aqui e agora que estou, é aqui e agora que quero vcs!!! O convívio, a alegria, a tristeza, tudo mais!!! Quero o bônus e o ônus!!! Mas só quero...

domingo, 27 de abril de 2008


E depois tem gente que não acredita em fadas...

domingo, 13 de abril de 2008

Expressão

A expressão está longe de ser vista, não querem mais ela. Seja na música, no teatro, cinema. . . Todos sabemos: o que nos mostram falta expressão... mas pagamos , e somos felizes... estou cheio da TV, mas preciso vê-la, se quero continuar com os meus diálogos por aí. . . todos olham pra TV, mas a TV não olha para todos, estamos cansados de saber que os caras olham para o nosso bolso... e a propaganda insiste: TV gratuita, de qualidade, mas será que não pagamos ??? E cadê a expressão ? Continuamos felizes, não precisamos cantar, cantam por nós, não precisamos escrever, está tudo roteirizado, não precisamos falar oque PENSAMOS, é só preencher o perfil. . É é quadrante !! ou é redondio ??? Me desculpem amigos, não quero causar confusão... ela já está causada, apenas quero falar, e ser ouvido, ouvir e compreender... e cadê a PORRA da EXPRESSÃO !?!?
com expressã0 : Raniere


Raniere Garcia Paiva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

E Fidel já era...


E essa semana me deparo com uma notícia que me deixou no mínimo pensativo: Fidel resolveu aposentar o coturno, a farda e o charuto cubano. Pois é, depois de praticamente meio século enfurnado dentro de uma farda verde velha, de um marxismo fabricado numa oficina no fundo de Pequim, de fuzis e salsa, sangue e merengue, finalmente, o velho opositor da vanguarda neo liberal decidiu que quer se aposentar, esquecer o passado, viver em Miami, comprar numa Dutty Free... O que me intriga é pensar: e agora? Todo cubano fica alegre ou triste, não tem mais discurso de domingo na praça, não tem mais a figura mítica, a raiva desenfreada, o carisma do grande líder. Vai mudar minha vida em alguma coisa? Duvido muito... O Povo vai ficar analfabeto, não mais vão haver balsas cubanas, nem Buena Vista Social Club??? Viva Fidel, viva la revolucion, e viva o Big Mac e o Nutella. Nem tudo nem nada, só mais do mesmo...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Os melhores dos piores, ou piores dos melhores, ou tanto faz...


ALTA FIDELIDADE 2007


Fechando o ano em grande estilo, o projeto ALTA FIDELIDADE conseguiu reunir diversos e antigos amigos, bons músicos, exposição de fotografias, velhinhos, crianças, amantes do rock 'n roll... LEMINSKES, banda de Maringá que empolga e emociona, TERMINAL GUADALUPE, uma banda à prova de chatices, com sua música bem colocada, letras sem frescuras. Foi um ótimo fim de semana.
Agora é aguardar até toda última sexta feira de cada mês, sempre um atração interessante, música, poesia, fotografia, dramaturgia. É o projeto ALTA FIDELIDADE mostrando para que veio, divulgar os artistas independentes, regionais (ou não!), que algumas vezes encontram certa dificuldade de mostrar seu trabalho ao público. É esperar pra ver. Apoio ADUEM.