quarta-feira, 22 de julho de 2009

Gente que vai deixar saudades, vai deixar histórias...

Era um daqueles fins de ano chatos, longe da família, sem lugar nenhum pra passar o natal. E fui com um velho amigo visitar uns parentes, dar um abraços nos velhos, mudar de ares. E foi naquela tarde que conheci a figura mais impressionante que já tinha visto: o vô daquele meu amigo. Uma barba cerrada, muitos anos nas costas, histórias pra contar. O nome dele? Não me lembro mais... E com toda calma e paciencia ele nos contou umas das histórias mais loucas e fascinantes que ja tinha ouvido, dignas de uma produção literária. Nos contou uma verdadeira epopéia, onde a todo custo ingressou no exército para poder ter alguma instrução na vida; de como ele aprendeu datilografia, escapando do horror da guerra, e como incrivelmente numa época onde era proibido os soldados se casarem, conseguiu ludibriar de uma forma extraordinária seus superiores, casar-se com o grande amor da vida dele e ainda por cima estudar e se formar, tudo isso numa aventura indescritível. Ouvindo aquela história, lembrei na hora do livro do Gabriel Garcia Marques, o "Amor nos tempos do cólera", que conseguiu criar uma rede por telex para chegar até seu amor. E partiu este avô deste velho amigo, com ele as histórias fabulosas, mas que pra sempre vão estar bem latentes no coração dos que sentaram e ouviram suas façanhas...

Um comentário:

A Inimitável Fábrica de Jipes disse...

Fala Gótico.
Valeu a lembrança. O Vo Abelegy era o cara. O coração tá um pouco mais pesado. Abraço, Rafa