E lá estava ele, sentado no canto do bar, a cerveja já começando a esquentar no copo, o cigarro acabando na mão, a fumaça subindo... Ao fundo Pixies tocando e a lembrança do velho amor amargando o coração. Mais um gole, mais um trago... A cada baforada de fumaça acompanha um suspiro. Alguém chegou, sorriu, um beijo no rosto... Parece que aquele momento apagou um pouco a triste memória.
E ela falou coisas legais, deu risada, se mostrou legal. E ele se animou, pediu outra cerveja, apagou o cigarro, abriu um sorriso. Mas queria mais ouvir que falar, não tava a fim de se abrir, demonstrar fragilidade, falar do coração partido, partido com o adeus da amada... Ah, a amada mais uma vez!!! Essa que tanto tempo esteve com ele, que ainda o acompanha, agora na memória... E ela percebeu. Assustou-se, ele não abriu a guarda, não conseguia ainda abrir as portas do coração pra um novo amor, o velho ainda estava lá, castigando, tomando um espaço que não era mais dele.
E assim ela foi, ele deixou, sabia que não ia adiantar nada ir atrás, nem conseguiu se expressar... A cerveja voltava a esquentar no copo. Mais um cigarro pra tentar sufocar esse coração que insiste em se manter apertado. Parece que quanto mais ele tenta esquecer, mais a lembrança o castiga.
E foi mais alguém legal, mais uma noite passou, ele só termina o copo e volta pra casa, agora dirigindo sem rumo nas ruas, pra sua cama que tantas passaram, mas que nenhuma tocou seu coração... Só seu grande amor...
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